2018 tendências eleitorais e possíveis cenários

O primeiro partido do M5 e a primeira coligação de centro-direita neste turno eleitoral que entrega à Itália a confirmação das previsões da véspera, inclusive sobre os temores da previsível ingovernabilidade.

Dois fatores merecem consideração cuidadosa: o colapso do Partido Democrata e a conquista da Lega sobre a Forza Itália, com uma vantagem de 4% a 5%. Esse é o retrato do resultado dessas eleições ao se levar em conta os resultados provenientes das seções quando a contagem ultrapassava 60% no Senado e mais de 40% na Câmara.

O Movimento de Luigi Di Maio triunfa no Sul, enquanto o centro-direita se destaca em todo o Centro-Norte. O Partido Democrata resiste apenas na Toscana de Matteo Renzi e no Trentino da ministra cessante Maria Elena Boschi. A Itália se verá, portanto, tendo que lidar com uma façanha decisiva do Movimento 5 Estrelas e com um retorno claro da centro-direita que excede em muito a coalizão de centro-esquerda.

É uma vitória muito grande para nós dois. Luigi Di Maio lidera o Movimento, que em 2013 teve 25,6% dos votos, tanto quanto se pretendia e ainda mais. Sua meta era chegar aos 30% e ele não só acertou como também a superou. Foi uma tarefa complexa para o líder político pentastellato transformar agora esse sufrágio em um projeto que o levaria ao Palazzo Chigi. Ainda que seja este o seu pedido ao Chefe de Estado: com um pacote de votos superior a 31%, dirá que pretende liderar o que será a futura equipa de governo.

A aliança de centro-direita também atingiu o alvo. A coalizão ultrapassa amplamente os 36%, chegando a atingir 37% no Senado. E para cantar a vitória é Matteo Salvini. Sua liga quadruplicou desde 2013. E, acima de tudo, ultrapassou em muito Silvio Berlusconi. Fratelli d'Italia também está crescendo: Giorgia Meloni também dobrou seus votos desde 2013 (quando obteve menos de 2%), chegando a 4,20% tanto na Câmara quanto no Senado. No fio da lã Nós com a Itália, que pouco mais de 1%.

Para a centro-esquerda, porém, os presságios mais sombrios se tornaram realidade, incluindo o perigo de o Partido Democrata cair abaixo do limite psicológico de 20%: no Senado, o partido de Matteo Renzi está atualmente com 19,86%. Na aliança o único que poderia sobreviver seria + Europe by Emma Bonino, que ultrapassa, mas ligeiramente, 2%. Mesmo para Liberi e Uguali os resultados não são reconfortantes: na Câmara é de 3,55%, enquanto no Senado é de 3,36%, resultado abaixo do esperado.

Aguardam-se agora as declarações dos dirigentes políticos, que provavelmente chegarão ao final da contagem prevista para o início da tarde.

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