Mar Vermelho: missão "Aspides" da UE com tarefas defensivas

por Francesco Matera

Hoje, no Conselho dos Negócios Estrangeiros da UE, há um debate sobre a nova missão militar da União Europeia, denominada Aspides. Uma missão que terá também de defender as rotas marítimas italianas que cobrem 40% do tráfego comercial total que atravessa o Canal de Suez e depois chega à Ásia. Devido às incursões dos rebeldes Houthi iemenitas no Mar Vermelho, os armadores italianos são forçados a circunavegar a África para chegar aos portos asiáticos; isso leva a um aumento nos custos de aluguel, seguro e combustível. Uma situação que também tem repercussões nos principais portos comerciais italianos (Génova, Taranto e Gioia Tauro) que já não recebem navios de carga internacionais como antes, os quais, através do nosso país, podiam garantir aos seus clientes uma rápida distribuição em toda a Europa.

Daí a decisão repentina de activar uma missão militar com a marca da UE que possa garantir o quadro de segurança necessário para o tráfego marítimo comercial. A missão militar naval da UE é fortemente apoiada por Itália, França e Alemanha que partilharam um documento conjunto sobre segurança e liberdade de navegação no Mar Vermelho, sublinhando o seu apoio ao plano da UE e a importância de missão militar com tarefas defensivas. O documento também destaca a necessidade de explorar as estruturas e capacidades já existentes da missão da UE, denominada agenor. Uma missão que a partir de 2020 protegerá os fluxos marítimos no Estreito de Ormuz e no Golfo Pérsico.

O documento conjunto especifica que Aspides terá missão defensiva, ao contrário da operação Guardião da Prosperidade lançada pelos Estados Unidos e pelo Reino Unido, com os quais se espera, em qualquer caso, uma troca de informações. Os Estados-Membros são convidados a considerar a participação na missão, quer com meios navais, quer com contribuições de pessoal, com base no artigo 44.º do Tratado.1.

O início da operação deverá ser dado no dia 19 de fevereiro com a Itália que poderá garantir a sede da missão. Segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros, Antonio Tajani, o Aspides representa um passo crucial para uma defesa europeia comum.

  1. No âmbito das decisões tomadas nos termos do artigo 43.º, o Conselho pode confiar a execução de uma missão a um grupo de Estados-Membros que o desejem e possuam as capacidades necessárias para essa missão. Esses Estados-Membros, em associação com o Alto Representante da União para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, acordam na gestão da missão. Os Estados-Membros que participam na execução da missão informarão periodicamente o Conselho sobre o progresso da missão, por sua própria iniciativa ou a pedido de outro Estado-Membro.
    Os Estados-Membros participantes devem chamar imediatamente a atenção do Conselho para a questão de saber se a execução dessa missão gera consequências de grande alcance ou exige uma alteração do objetivo, âmbito ou modalidades da missão estabelecida nas decisões referidas no n.º 1. Nesse caso , o Conselho toma as decisões necessárias.

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