Venezuela: terras russas Antonov em Caracas, as tensões aumentam com os EUA

A mídia russa confirmou que um avião com 100 soldados russos chegou a Caracas no sábado, aumentando a tensão entre Washington e Moscou devido ao agravamento da crise na Venezuela. A chegada de tropas russas à capital venezuelana foi relatada pela primeira vez na manhã de sábado pelo repórter venezuelano Javier Mayorca, que disse no Twitter que dois aviões militares russos pousaram em Caracas. O repórter disse que um avião cargueiro Antonov An-124 Ruslan, pertencente à Força Aérea Russa, foi avistado no aeroporto internacional Simón Bolívar, na capital venezuelana. Outra aeronave menor, que também carregava a bandeira russa na fuselagem, pousou pouco depois, disse Mayorca.
Em poucas horas, vários relatos da mídia venezuelana pareceram confirmar as afirmações de Mayorca, alguns até mesmo postando fotos dos dois aviões russos cercados pelo que pareciam ser soldados russos em uniforme. A BBC informou que o avião de carga russo transportou 100 soldados russos com 35 toneladas de equipamento militar. O contingente militar é liderado pelo general Vasily Tonkoshkurov, comandante do Estado-Maior das Forças Armadas da Rússia, segundo a BBC. Mais tarde no sábado, a agência de notícias russa Sputnik confirmou que tropas russas haviam chegado a Caracas. Citando "fontes diplomáticas" anônimas, o Sputnik disse que tropas russas foram enviadas a Caracas para "cumprir contratos técnicos militares" e "participar de consultas sobre cooperação da indústria de defesa" com autoridades venezuelanas.
A Rússia apóia a Venezuela militarmente, economicamente e diplomaticamente desde 1999, quando Hugo Chávez se tornou presidente. A recente crise política no país latino-americano, que motivou uma intervenção diplomática direta de Washington, aproximou Caracas e Moscou, uma vez que a Rússia se opôs firmemente aos esforços dos EUA para derrubar o governo de Nicolás Maduro. No início deste ano, a Rússia enviou dois aviões bombardeiros de longo alcance Tu-160 para participar de um exercício militar organizado pelo governo venezuelano.
Na segunda-feira, Washington disse que o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, conversou por telefone com o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov. Pompeo disse ao seu homólogo russo que Moscou deveria "cessar seu comportamento não construtivo" e advertiu-o de que os Estados Unidos "não ficariam parados enquanto a Rússia interviesse na Venezuela". Na segunda-feira, o Sputnik citou uma "fonte diplomática" dizendo que "a visita de militares russos à Venezuela [não estava] de forma alguma relacionada às declarações dos EUA sobre uma possível intervenção na Venezuela".

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