Rússia engana e recruta jovens cubanos através das redes sociais

O jornal quinzenal Time conta uma história estranha. Um cubano de 6.000 anos dormiu ao lado de soldados russos numa trincheira na Ucrânia, a mais de XNUMX quilómetros de casa. Segundo a história, o menino cubano aceitou uma oferta vantajosa postada no WhatsApp para um emprego no setor de construção do exército russo. Em vez disso, diz ele, ele e um amigo foram equipados com armas e enviados contra a sua vontade para a linha da frente.

Imagem da Reuters

O caso foi ampliado em Cuba depois que uma série de apelos em vídeo de jovens cubanos pedindo ajuda, na esperança de um rápido retorno à sua terra natal, circularam online. 

A indignação provocada pelos vídeos levou o governo cubano a denunciar que uma rede de tráfico de seres humanos que operava a partir da Rússia estava a atrair jovens cubanos para os recrutar na Ucrânia.

Em 8 de setembro, as autoridades cubanas afirmaram ter prendido 17 pessoas em conexão com um alegado tráfico de seres humanos. Mas publicações nas redes sociais, mensagens de áudio e vídeos de recrutas na Rússia analisados ​​pela TIME, juntamente com entrevistas com familiares e documentos obtidos por um grupo de hackers ucranianos, contam uma história muito diferente. 

Em junho passado, apareceram postagens em grupos cubanos do Facebook anunciando um “contrato com o Ministério da Defesa para o serviço militar no exército russo“. Foi oferecido aos recrutas um salário mensal de 204.000 mil rublos, equivalente a 2.086 dólares americanos, uma soma inimaginável em Cuba, onde o salário médio é inferior a 50 dólares por mês. Em 5 de setembro, um grupo de hackers ucranianos publicou o que parecia ser uma versão do contrato de seis páginas que os recrutas assinavam ao chegar à Rússia, traduzido para um espanhol impecável.

O contrato exigia um compromisso de um ano e oferecia benefícios que incluíam uma taxa única de alistamento de 195.000 mil rublos (cerca de US$ 2.000 mil) e 2 milhões de rublos (cerca de US$ 21.000 mil) para suas famílias em caso de morte. Os termos do contrato correspondem aos promovidos publicamente pelo Ministério da Defesa russo, incluindo a possibilidade de obtenção da cidadania russa para o recruta e sua família.

Não está claro quantos recrutas a campanha de recrutamento produziu. As estimativas de grupos cubanos de direitos humanos variam entre cerca de 750 recrutas e mais de 1.000. A TIME examinou 199 passaportes de cubanos, com idades entre os 18 e os 69 anos, que parecem ter aderido ao exército russo desde meados de julho, e comparou mais de 20 deles com perfis de redes sociais que confirmaram os seus nomes, rostos e cidades de origem. 

Talvez a indicação mais clara de que a grande maioria destes recrutas foi para a Rússia por vontade própria venha das suas próprias publicações nas redes sociais. Os recrutas postaram fotos com tanques russos, sorriram com outros cubanos em seus novos uniformes militares russos e gabaram-se de enviar dinheiro para casa.

As acusações de tráfico de seres humanos podem ser uma tentativa do governo cubano, aliado da Rússia, de manter a sua declarada neutralidade na guerra, disseram à TIME ex-funcionários dos EUA com experiência em assuntos cubanos. 

O Ministério das Relações Exteriores de Cuba declarou que o país participa na guerra na Ucrânia, rejeitando as acusações de ser cúmplice no recrutamento. No entanto, dezenas de passaportes revistos pela TIME foram emitidos recentemente, tornando improvável, dizem os especialistas, que o governo comunista, que mantém um controlo rigoroso sobre os seus cidadãos, não tenha conseguido detectar o êxodo repentino.

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